segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sugestão de Aula - Geografia

O que dizem nossas casas

Analisar construções é essencial para começar a entender o conceito de lugar. Aguce o olhar da criançada para os diferentes tipos de moradia

A turma do 2º ano da EMEF do Campo Professor Hermínio Pagotto analisa as casas do bairro em que vive e compara com outras moradias pelo mundo. Foto: Arquivo pessoal
 A turma do 2º ano da EMEF do Campo Professor Hermínio Pagotto analisa as casas do bairro em que vive e compara com outras moradias pelo mundo
As habitações podem ser feitas de tijolos, pedras, madeira, barro e, em certos casos, até de papelão ou lata. Também podem ter tamanhos e formatos diversos. Suas características diferem de acordo com a situação social e econômica de cada família, a cultura ou até o clima e a paisagem na qual estão inseridas. Porém a função é sempre a mesma: proteger quem vive dentro delas. As crianças, no início da escolaridade, são capazes de observar as diferenças entre a casa onde vivem e as outras, mas muitas vezes não sabem dizer que impacto isso tem na vida das pessoas.

Ajudar os pequenos a observar as particularidades dos diversos tipos de habitação é essencial para que eles passem a se familiarizar com um dos conceitos mais importantes da Geografia, o de lugar. Eles devem entender que a moradia é consequência de vários fatores que determinam o modo como as pessoas vivem. "Dessa forma, eles começam a compreender a posição que ocupam no mundo", afirma Maria Encarnação Beltrão Spósito, professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Presidente Prudente.

Gisele Cristina Tiezzo, professora do 2º ano da EMEF do Campo Professor Hermínio Pagotto, em Araraquara, a 278 quilômetros de São Paulo, usou o tema para aprofundar o conhecimento dos alunos sobre o local em que moram, uma área rural pertencente ao Assentamento Bela Vista do Chibarro, criado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Identificar as características do seu lugar é condição para que a garotada entenda o papel do homem na transformação da paisagem, para melhor ou para pior", diz Gisele.
Ela começou o trabalho pedindo que cada um descrevesse sua casa. Em uma roda de conversa, lançou questões como: "De que material ela é feita?", "Tem quantos quartos?", "Como é o telhado?", "Quantas pessoas vivem lá?". Nem sempre é preciso tomar como base a casa dos alunos. Se as diferenças entre elas forem grandes e a discussão puder causar constrangimento, é possível analisar as construções do entorno da escola.

No Assentamento Bela Vista do Chibarro, há as casas de vila e as de loteamento. Elas exemplificam a transformação da paisagem local. "As crianças relataram que as casas de vila, as primeiras a serem construídas, são menores. Como estão sendo reformadas, é possível ver mudanças nas fachadas. As residências do loteamento são recentes e maiores", conta a professora. Com a ajuda da turma, ela enumerou as diferenças entre os dois tipos de construção. Depois, munidos de pranchetas, todos saíram a campo para observar as particularidades das casas antigas e já reformadas. Notaram que elas não tinham forro no teto - diferentemente das mais recentes - e contavam com janelas e portas de madeira. As mais novas, recém-pintadas, têm esquadrias de alumínio. Em classe, foi feito um registro coletivo com os dados colhidos.
 http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/dizem-nossas-casas-721213.shtml

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