sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MANEJO DE CLASSE: PROBLEMA PARA VOCÊ?



POR ONDE COMEÇAR? Antes de tudo, ao receber uma classe, o professor
deve procurar conhecê-la.


O otimismo é um ingrediente do sucesso. As dificuldades existem, mas também grande diferença entre encará-las como embaraços naturais, ás vezes necessários aprimoramento.
Outro ponto de grande importância para um trabalho eficiente: continue a estudar. Não bastam os conhecimentos adquiridos num curso de 5 ou 7 anos. O professor atual precisa e deve estudar continuamente, para estar a par de todos os acontecimentos importantes, desde os mais próximos na própria escola até os mais distantes. O professor atualizado é mais seguro e confiante em seu trabalho embora seja verdade que uma vasta cultura só se consegue com o tempo e estudo contínuo, o professor, para confiar em si mesmo e sentir que não estaciona, deve aprimorar-se cada dia, cada mês, cada ano.
Outro requisito importante: conhecer o aluno, sua família, sua vizinhança, seu bairro, etc... O professor deve procurar entender as experiências já vividas pela criança, os efeitos dessa experiência no seu desenvolvimento-crescimento e aprendizagem. Precisa analisar e entender o comportamento de seus alunos à luz dos fatores psicológicos que já conhece, com: influência do ambiente, diferenças individuais, características e interesses dominantes das várias idades etc...
E O MANEJO DE CLASSE? Algumas técnicas de manejo de classes formulado pelo psicólogo Fritz Reld como ele diz, não há uma técnica melhor do que a outra. A principal tarefa do professor é encontrar a técnica certa ou a combinação de várias técnicas para cada caso. São elas:
A – PERMISSÃO
B – TOLERÂNCIA
C – INTERFERÊNCIA
D – PLANEJAMENTO PREVENTIVO

A – PERMISSÃO
Toda escola estabelece regras para inibir ou regular o comportamento impulsivo da criança.
Durante o horário escolar, principalmente nos primeiros dias, o professor, passar grande parte do tempo a dizer o que não se pode fazer na sala de aula. Sabemos que é necessário e não poderia ser de outra forma. Entretanto, se é importante a criança recém-chegada saber o que não pode ser feito, também é igualmente importante que ela saiba o que se pode fazer.
Por que não lhe dizer quando e onde é permitido correr e expandir-se? Que pode movimentar-se dentro da sala, quando necessário? Que pode tomar água, quando desejar, ou ir ao banheiro? Mostrar liberdade de expressão em seus trabalhos criativos? (desenho, argila). Expressar seu ponto de vista, ainda que contrário, sem ser ridicularizada? etc... Sabendo o que pode fazer, a criança não se sentirá inclinada a enganar o professor, por seus alunos saberem o que lhes é permitido. Essa permissão dar-lhes a seguranças e maior compreensão do regulamento escolar.


B – TOLERÂNCIA
A segunda técnica que tem sido usado com bons resultados é a tolerância. Muitos comportamentos considerados indesejáveis só serão modificados pela aprendizagem e esta é um processo gradual. Forçar a criança a mudar de um dia para o outro pode impedir autêntica aprendizagem. Todavia, o aluno deve estar ciente de que o professor tolera tais comportamentos, mas não aprova. Um caso bem como é o das crianças que "perdem o tempo". Este comportamento muitas vezes repete uma fase evolutiva – a criança não sabe organizar suas atividades. Que fazer para ajudá-las?
Em primeiro lugar, convém saber que é natural e não intencional esse comportamento. A criança que está aprendendo aceitos novos, ou tentando ganhar uma posição no grupo, geralmente "perde tempo", comete erros e nem sempre age corretamente dentro dos padrões exigidos. É natural que ela se entretenha com atividades diferentes, ou fique mesmo sem fazer coisa alguma, enquanto tenta solucionar suas dificuldades. Cabe ao professor ajudá-la, fazendo-lhe ver que muitas dificuldades são às vezes úteis; que alguns erros podem até ser considerados erros bons, quando levam acertar. Isso deve ser explicado ao aluno porque lhe dá compreensão mais clara do que a simples tolerância do professor antes seus erros e falhas, ao requer ajudá-lo.
Outras vezes o comportamento é típico da idade e, assim que a criança amadureça, desaparecerá. Exemplo, crianças de jardim e das primeiras séries que gostam de brigar, empurrar, chorar sem motivo claro, etc...; ou, ainda, o acentuado interesse pelo sexo ou manifestações amorosas entre meninos pré-adolescentes, etc... O professor não deve censurá-los, mas orientar os alunos com naturalidade e compreensão, pois tais comportamentos que o professor deve tolerar são aquelas sintomáticas de doenças. Aqui não refiro as doenças físicas, pois estas são mais facilmente aceitas; referimo-nos a condição psicológica. O medo, a birra, muita agressividade, choro incontrolável, etc..., são comuns em crianças com distúrbio emocionais. Elas necessitam, não só de tolerância, mas grande compreensão e ajuda da parte do professor. Isso não significa que o professor "agüentara" as condutas mais extravagantes, especialmente as que podem prejudicar a própria criança ou a classe toda, quando se reconhece que o comportamento pode ser modificado, deve-se fazer a criança sentir que o professor:
 - é capaz de tolerar dificuldades pessoais ainda não superada, mas. - confia em que o aluno seja capaz de vencê-la e agir de modo melhor, com a família e a escola desejam.
C - INTERFERÊNCIA
Esta técnica é outra eficiente e que habilidades para se saber quando e como usá-los, ainda que o professor seja psicológica e pedagogicamente treinado e esteja ciente dos seus objetivos e dos problemas centrais da criança, comportamentos indesejáveis surgem inesperadamente na sala de Aula. Tais comportamentos precisam ser impedidos antes que toda classe seja prejudicada, assim como a própria criança. Neste caso o professor terá que interferir.  

Quando interferir:
Em situação realmente perigosa – para evitar perigo físico: brincadeiras com objetos que podem ferir, trepar em lugares altos, brincadeiras com flecha, com fósforo, com faca ou canivete, etc...
Para proteção psicológica - como protegemos a criança de ser ferida fisicamente também devemos protegê-la contra qualquer ofensa psicológica. Exemplo: apelidos depreciativos, desrespeito pela cor, nível econômico, condição social, religião, etc...
Para evitar grande excitação – Um jogo muito prolongado, uma discussão acirrada, etc..., geralmente ocasionando uma excitação prejudicial às crianças.
Para proteção de propriedade – O professor não poderá permitir que as destruam e estraguem as árvores, móveis da escola, objetos dos colegas, etc... Porém, deve interferir de modo a não valorizar mais a propriedade do que o indivíduo, a propriedade deve ser protegida para beneficiar as pessoas.
Para proteger uma atividade em curso – Se quase toda classe se acha empenhada numa atividade, participando e aprendendo, não é justo permitirmos que uma ou duas crianças prejudiquem o trabalho de todos.
Para evitar um contágio negativo – Quando um aluno, com grande influência entre os colegas, começa alguma forma de comportamento indesejável que contagiará outros ou toda classe, o professor terá que agir de forma a evitar a indisciplina do grupo, mas assegurados o prestígio do aluno entre os companheiros.
Para valorizar a escola e seu regulamento –Um comportamento pode não ser perigosos ou inconveniente fora da escola, mas estar contra as normas estabelecidas nela. O professor se verá obrigado a impedi-lo para não ir contra o regime do estabelecimento. Exemplo: subir em árvores, correr pelos corredores, brincar com água, etc...
Para evitar conflitos com a vizinhança da escola – Muitas vezes, o professor se vê obrigado a interferir em comportamentos que pareçam fugir à sua ao seu alcance, para evitar aborrecimentos e com a vizinhança da escola. Exemplo: desordem ao sair da escola, ao atravessar ruas movimentadas. Meu comportamento nos coletivos, depredar jardins, quintais, apanhar frutas, flores, etc...
Para assegurar o conforto interior do professor – O conforto interior não é o primeiro objetivo do professor. Freqüentemente ele precisa dominar-se aceitando muitos comportamentos que não lhe agradam. Todavia, não seria sensato expor-se constantemente a situações que lhe arrasam os nervos. Ele precisa ser cuidadoso ao verificar se o que aborrece é determinado comportamento ou a criança que pratica. No primeiro caso poderá interferir de modo hábil para evitar que aprendizagem dos alunos seja prejudicada ou o seu trabalho seja menos eficiente. No segundo, terá que trabalhar consigo mesmo para superar a antipatia, afim de evitar a criança e ajudá-la a realizar-se.
Toda interferência deve ter como objetivo ajudar a criança e o grupo no seu completo ajustamento.
Técnicas de interferência - Depois de salientar algumas situações de comportamentos indesejáveis ou não aceitos pela escola, apresentamos algumas técnicas que foram usadas por professores experimentados a fim de conseguirem melhor manejo de classe. São as seguintes:
Ignorância premeditada: Muitas vezes, a criança tem por objetivo irritar o professor. Nesse caso, se o comportamento não prejudica os outros alunos, o mais sábio é ignorá-lo e não dar à criança a satisfação que ela procura.
Sinais ou lembretes: Os professores tem vários recursos (sinais) para comunicar ao aluno sua desaprovação. Os meios não verbais são: franzir a sobrancelha, pigarrear, tossir, etc... Essas técnicas, em geral, são mais eficientes quando a criança está iniciando um comportamento indesejável. Ás vezes basta um olhar do mestre para que ela desista.
Controle pela proximidade: todos nós sabemos como é eficiente ficar perto de uma criança quando ela se acha em dificuldade. Assim como uma criancinha para de chorar com a proximidade da mãe, também com as crianças, nas primeiras séries escolares, controlam seus impulsos quando o professor se aproxima delas.
O professor atua como uma proteção, força e identificação. Outra técnica aconselhável é andar entre as crianças, entre as filas de carteiras, uma vez ou outra, aproximando-se de todas, afim de ajudá-las em suas dificuldades. Estas são muito interessantes porque não embaraçam, nem identificam a criança visada.
Despertar interesse: Às vezes, uma criança começa a ficar inquieta e desatenta porque está perdendo o interesse na atividade em curso. Nesse caso cabe ao professor despertar-lhe o interesse, a fim de que não passe a criar problemas de disciplina.
Bom humor: Embora esta técnica não seja nova, sempre tem um efeito excelente quando o aluno apresenta certos comportamentos não aceitos, muitas vezes uma brincadeira delicada e espirituosa faz com que ele reconheça sua falta e volte a proceder convenientemente e sem constrangimentos.
Long e Newman contam, por exemplo, que um professor entrou numa classe e encontrou todos os alunos em grande algazarra, rindo-se do seu retrato feito no quadro-negro por um deles. O professor olhou o retrato, tomou o giz e, sem mostrar-se ofendido disse: "corrigindo alguns detalhes, o nariz é bem maior e o pescoço é mais curto". Toda a classe silenciou, ele deu sua aula com grande aproveitamento.
Ajuda na atividade: Às vezes, acriança sente-se frustrada numa atividade da classe: não entende a explicação, não entende o que deve fazer e então, em vez de pedir ajuda ao professor, começa a brincar com os colegas, fazer coisas diferentes, escrever bilhetes, jogar aviõezinhos, etc... Certa vez uma professora disse a um de seus alunos, depois de um teste: "você pintou o tempo todo hein!" e ele respondeu: "pintei, não. Eu não estava era entendendo nada". Neste caso o professor deve aprender a situação e ajudar a superar a dificuldade.
Reestruturação da atividade: O professor necessita de um plano bem estruturado e deve segui-lo. Todavia, deve lembrar-se de que um plano é uma diretriz e não uma norma rígida. Se nota que a reação da classe não é boa, que não há interesse, que os alunos começam a apresentar problemas de disciplina, o plano deve ser reestruturado e a atividade substituída por outra que acentua melhor os alunos.
Segurança pela continuidade: Todos nós necessitamos de algumas atividades mais ou menos automáticas. A seqüência de algumas tarefas dá-nos segurança para outras. A criança muito mais do que o adulto, necessitam automatizar umas tantas atividades, em seqüência. Para isso, é necessário que sejam apresentadas sempre numa ordem sistematizada. Assim, por exemplo, o horário de cada dia, as ordens dadas de passar de uma atividade para outra, etc..., devem ser razoavelmente constantes, pois isso favorece a disciplina.
Apelo à escala de valores: Erro muito comuns entre professores são:
a) achar que dever interferir severa e drasticamente no comportamento da criança, a fim de mostrar que tem controle da situação;
b) apelar para valores de tantos vagos como "você sabe que isso é feio", "seja bonzinho", etc... Esses recursos não são aconselháveis. O primeiro pode causar revolta nos alunos. O professor pode perder o controle da situação, a amizade e a aceitação da classe. O segundo é muito relativo, pois os valores do aluno nem sempre são os do professor. Todavia, pode-se usar a técnica de apelar para valores mais significativos para a criança como:
relação professor-aluno. Exemplo: "você está agindo como se eu lhe tivesse fazendo um mal, pensa que estou sendo injusto com você".
um apelo próprio à autoridade como professor. Exemplo: "Como professor, não posso consentir que você faça isso",
ou então, lembrar conseqüências dos comportamentos. Exemplo: "Se você continuar assim, vamos demorar mais para terminar nossa aula".
Apelo à posição do aluno no grupo. Exemplo: "Se você continuar atrapalhando nosso trabalho, acha que seus colegas gostarão de você?"
Estas sugestões podem ser usadas, cabendo ao professor grande habilidade na maneira de dizer, afim de não magoar o aluno ou provocar-lhe sentimento de culpa.
Remoção de objetos atraentes – O professor não pode esperar que a criança, tendo perto de si objetos atraentes, como:bolinhas de grude, retrato de jogadores, figurinhas de balas, revistinhas, etc..., prestem atenção às aulas e não conversem com os colegas. Tais objetos tem força magnética e mesmo que a criança queira comportar-se bem, ao vê-los perto de si, não condenem conter-se. O professor pode guardar o objeto longe das vistas da criança, mas deve ter o cuidado de assegurar a ela que, no momento conveniente terá seu brinquedo de volta. Melhor ainda será o professor conseguir que a própria criança o guarde.
Retirada preventiva: Quando uma criança apresenta um comportamento difícil e o professor tem dúvida se o controle verbal teria efeito, o mais aconselhável é mandar a criança sair de sala, não como punição, mas com o objetivo de ajudá-la a superar a crise. Exemplo: pedir-lhe que dê um recado, que busque um objeto, que faça qualquer coisa capaz de descarregar-lhe a tensão: ajudando-a a controlar-se.
Controle físico: Este aspecto é o mais sério, talvez, e exige muito cuidado; todavia, deve-se usar em certos casos. Exemplo: para evitar que a criança se fira ou fira outras pessoas. Neste caso o professor terá que segurar as pessoas com delicadeza, porém de maneira firme. Este ato significará de modo algum punição física, será usado apenas como medida de proteção à criança e ao grupo, antes de fazê-lo o professor deve ter certeza se é bastante forte para tal. Uma boa maneira de segurar uma criança sem machucá-la é colocar-se atrás dela, cruzando-lhes os braços em volta do corpo e segurando-a pelos pulsos. Lembramos ao professor que esta técnica com crianças maiores exige muita força e habilidade.
Enquanto o professor segura a criança deve ir conversando de modo a acalmá-la. Por exemplo: dizendo-lhe que acha mesmo que ela tem razão de enraivecer-se, mas que aquele comportamento só poderá prejudicá-la, etc...
D) PLANEJAMENTO PREVENTIVO
A quarta técnica de Redil é o planejamento preventivo "Antes prevenir que remediar". Se pudermos evitar que um comportamento indesejável ocorra na sala de aula, será muito melhor do que termos que reprimi-lo. Um plano de trabalho bem elaborado e bem dosado ajuda muito, pois evita tensões na turma e no professor. Este se sente mais confiante e, portanto, mais seguro.
Observar as crianças desde o primeiro dia é igualmente importante, pois permite descobrir em que momentos a indisciplina é mais freqüente (exemplo: recreio). Com isso pode-se prever meios de contornar os "momentos críticos" e estabelecer, em conversa com a classe, pequenas normas preventivas.
O professor iniciante deve lembrar-se de que ele não se pode comparar com um professor de cinco, dez anos de magistério, pois ninguém pode negar a importância da experiência de trabalho. Só a vivência, o estudo contínuo, e um melhor conhecimento da criança poderão permitir-lhe mais segurança na sua tarefa de ensinar o completo domínio no manejo da classe.

CONCLUSÃO


Para que haja educação, surge a necessidade de que o professor trabalhe em conjunto com os alunos tendo a expectativa de uma educação para liberdade. E que na sala de aula a educação resulta da convivência social dos alunos entre si e com o professor. Ocasionando assim uma boa relação professor-aluno. A característica essencial da educação, que pretende formar o aluno para liberdade, e o exercício da cidadania é: o DIÁLOGO.

BIBLIOGRAFIA:

CANDAU, Vera Maria, A Didática em questão. Petrópolis; Vozes, 1987.
MIZUKAMI, Maria G. Nicoletti, Ensino as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
RONCA, Antônia C. Caruso, A supervisão escolar, um grande desafio. In: O trabalho coletivo na escola. São Paulo; Cortez, 1984.
PILETTI, Nelson, Sociologia da educação.

Fonte: http://analgesi.co.cc/html/t12648.html

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