O baião de Luiz Gonzaga na sala de aula
No centenário do nascimento de Luiz Gonzaga, faça a turma dançar e se encantar com o ritmo nordestino que ganhou o País e há mais de 60 anos influencia a MPB
Engana-se quem pensa que o Baião é
coisa do passado. Muito pelo contrário, ele segue vivo e influenciando
a Música Popular Brasileira até hoje. E como o próprio criador do
gênero cantou "Luiz Gonzaga não morreu / Nem a sanfona dele desapareceu".
Isso porque desde que foi criado em 1946, sua batida está presente,
direta ou indiretamente, em todos os movimentos musicais que surgiram
em seguida.
Nascido em 1912, o filho mais ilustre da cidade de
Exu, no sertão pernambucano, ganhou o Brasil após conhecer um dos seus
mais importantes parceiros: o advogado cearense Humberto Teixeira. É
deles a música Baião, que marca o nascimento do gênero: "Eu vou mostrar pra vocês/ Como se dança o baião/ E quem quiser aprender/ É favor prestar atenção". Depois desse manifesto, Gonzaga estourou, vendeu milhares de discos e colocou o nordeste no cenário da MPB.
O
Rio de Janeiro era um terreno fértil para a divulgação da música
nordestina e do forró nas suas mais diferentes variações como baião,
chamego, xaxado, xote e o coco. Nas décadas de 1940 e 1950 o rádio era
o meio de comunicação mais popular no País. Além disso, a
intensificação do processo de migração que trouxe milhares de
nordestinos ao sul e sudeste do país.
Não há dúvidas de que Lua,
como Gonzaga também ficou conhecido, é um dos construtores da MPB. "Ele
não foi só um instrumentista ou um compositor. Gonzaga definiu um
gênero musical e sintetizou como ninguém a cultura nordestina" exalta o
jornalista e historiador, Paulo César de Araújo, autor do livro Eu Não
Sou Cachorro, Não. Antes dele, outros nordestinos tentaram, mas nenhum
conseguiu a projeção nacional de Gonzagão.
Para o sociólogo
alemão Norbert Elias, o êxito alcançado por um artista não pode ser
atribuído apenas à sua suposta genialidade. O resultado depende de
inúmeras variáveis, articuladas entre si, em um determinado contexto
social. "O rei do Baião estava no lugar certo, na hora certa", afirma
Maria Sulamita de Almeida Vieira, professora da Universidade Federal do
Ceará e autora de Luiz Gonzaga, o Sertão em Movimento.
- 1Introdução: quem foi Luiz Gonzaga
- 2 O valor de um sanfoneiro nordestino
- 3 A música de Gonzagão: alma do sertão
- 4 Trabalhe o ritmo e a dança em sala de aula
Nenhum comentário:
Postar um comentário