segunda-feira, 23 de maio de 2011

Jovens dramatizam suas próprias experiências para ajudar a combater o bullying


Fique por dentro!






Ana Beatriz, Juliana Duarte, Alisson Silveira e
Victor Oliveira fazem parte do projeto
Por Nayra Garofle
Crédito da foto: André Furtado

Foi a partir das próprias experiências que um grupo de seis jovens resolveu montar uma palestra dramatizada para levar aos adolescentes questões que envolvem o bullying. Casos de alunos que zombam e até torturam os companheiros de classe sempre existiram, porém, essas situações nunca estiveram tão em pauta como nos últimos tempos. “Bullying – Não quero ir pra escola” tem repercutido em escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo de forma muito positiva.

“Numa determinada cena, um aluno que assistia se reconheceu como um bully, aquele que pratica a ação. Ele levantou e, chorando, pediu desculpas, na frente de todos, a um colega a quem ele perseguia”, revela uma das atrizes do projeto, Ana Beatriz Corrêa.

Antes mesmo que situações graves acontecessem, como o episódio trágico na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no mês de abril, e o do australiano Casey Heynes, que depois de vários insultos reagiu com violência a um agressor, o grupo já pensava em montar o espetáculo. A ideia surgiu em agosto do ano passado quando a atriz Juliana Duarte, que sofreu bullying na adolescência, decidiu que poderia contribuir de alguma maneira contra esse tipo de violência ao dividir suas histórias.

A partir de então, a atriz e seus amigos Ana Beatriz, Rafael Oliveira, Victor Meirelles e Alisson Silveira, dramatizam histórias para os alunos, enquanto o roteirista João Pedro Roriz entra “no meio da cena” palestrando sobre a situação interpretada.

“O João Pedro transformou as histórias numa palestra com esquetes. A nossa primeira palestra foi em janeiro e estamos com a agenda de maio já esgotada. Agora, começamos a agendar para junho. Vamos aonde nos chamarem”, conta Ana Beatriz, que vislumbra a possibilidade de levar o projeto às escolas de outros estados além de São Paulo e Rio de Janeiro.

A atriz, de 29 anos, conta que sua experiência com o bullying nunca passou de observadora, mas se arrepende das risadas cúmplices que deu quando algum colega era zombado pela menina que se destacava no grupo em que ela andava.

“Durante a palestra mostramos que isso também não é legal. Me arrependo muito de ter tomado essa atitude na época e hoje tento falar para os adolescentes que não façam a mesma coisa”, garante.


O papel do professor
 
Outra questão apontada pela atriz é a importância da participação dos professores no combate ao bullying. Ana Beatriz acredita que, muitas vezes, o professor não se dá conta do tamanho do problema, ignorando a vítima, como foi o caso de Juliana, que “sofria” por ter seios grandes e seus colegas a perseguiam fazendo piadas.

“Quando ela pedia ajuda, muitos diziam que ela estava dando atenção demais para isso. Às vezes, o próprio professor incentiva, sem querer, ao dar um apelido, por exemplo. O professor tem um papel fundamental no combate, ele deve ouvir, orientar, impor um limite”, diz a atriz, lembrando que violência não combate violência. “O caso do menino australiano, por exemplo, que foi tido como herói por ter reagido como reagiu não é legal. Procuramos orientar os alunos, mostramos que eles devem procurar os pais e os professores para que o problema seja resolvido”, completa.

Se você ficou interessado em assistir à palestra dramatizada "Bullying – Não quero ir pra escola", que tal levar esta ideia a direção de seu colégio?
Basta entrar em contato com a Ana Beatriz
pelos telefones: 9632-5420 ou 7708-5819.


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